Solidão...
É assim que me encontro agora,
completamente só...
Será que isso não o faz sentir pena de meu pobre ser?
O meu existir, deve-se somente ao teu gostar,
ao teu adorar!
Sou vítima arrebatada pela paixão avassaladora...
Aquela que nos faz insanos e impulsivos,
e horas, também inconseqüentes;
Aqueles que só querem ousar,
sem pensar em futuras conseqüências;
Que só vivem o agora,
sem pensar no depois e menos ainda no amanhã;
Talvez este seja o melhor modo de amar,
pois só assim, vive-se intensamente...
E este intensamente chega a ser tão intenso,
que não há espaço para qualquer tipo de arrependimento;
Amar a cada milésimo de segundo!
Essa é a lei que dita um coração irremediavelmente apaixonado...
Somente amar, amar, amar...
E cada vez, amar mais,
Até cair exausto e ofegante,
mas mesmo assim,
ainda enamorado e pulsante...
Dor de amor...
Oh, maldito seja este sofrer!
Dilacera cruelmente os corações outrora pulsantes e viventes;
Que agora nada mais são do que carcaças podres e sangrentas,
que pouco a pouco,
são por vermes, devoradas friamente!
Felicidade faz-se passageira para aqueles que amam demais!
Do mesmo modo que amaste, vais sofrer...
Com demasia e intensidade!
Maldito amar,
que agora faz sangrento o meu pobre e sofrido coração!
Maldiro adorar,
que não passou de um mero sonho ilusório,
e que agora me faz acordar nesta cruel e insensível realidade!
O que antes era um belo caminho de rosas, transforma-se agora,
num horripilante e doloroso caminho de espinhos e pedras...
Maldito!
Maldito sejas tu, maldito!
Por que me fez amar,
se agora sofro em erma solidão?
Morte, minha companheira...leve-me para junto de ti!
Leve-me daqui!
Me tire deste mundo de desgraças,
e me aconchegue em seus braços acolhedores e confortantes...
Acalente minha alma e cesse o meu sofrer...
Mate-me! Eu vos suplico!
Sonhos ou Pesadelos?
Estarei eu acordada, ou embebida em profundo sono?
Já não sei dizer...
Embriagada estou, pelo louco desejo de tocar teus lábios...
Quero senti-los quentes e latentes,
Como outrora os senti, enquanto nos amávamos loucamente,
Em meio a incessantes juras de amor eterno...
Amor eterno...Blasfêmia!
Se este maldito amor, fosse de veras, eterno,
Solidão não teria lugar, e estaria agora, rumando para terras distantes,
Onde houvessem negras almas para serem consumidas...
Mas não!
Ela caminha entre nós, e não está de toda a sós...
Caminha com a tristeza,
Sua fiel e inseparável companheira de longas datas!
Irônico, não?
Nem a própria solidão é tão só...
Até mesmo a solidão,
Maldita solidão, tem suas companhias...
E eu, o que tenho, além de saudade?
Nada!
Absolutamente nada!
Sou tão vazia quanto a mente de um psicodélico!
Solidão...
Erma solidão...
Será este, o destino meu?