na convicção das rotinas
tecendo passos habituais

lida vivida em calmarias

nos zelos ritmados ensaiados
de cada dia previsível
voar só em sonhos ressabiados

certo como o folhear do calendário
costumeiro como o guarda chuvas
nas eventualidades sem horário

o tempo incansável habitual
na ampulheta modorrenta
novo só em notícias de jornal

na cálida tarde se expunha
movimentos sincronizados
um homem pára, se extenua.

sua vista turva
vacilam as pernas
a mente se conturba

era hora da ida
despedidas
naquele dia

a rotina se alterou
sua certeza diversa
da habitual, se apagou...

... no meio da tarde, cativo pássaro alçou voos...