Escravo da tinta e da escrita
rabisco o tempo passado
Me encravo na palavra dita
Por mim, dito e lembrado

Sem esforço me prendo no tempo
Acorrentado e preso, me sinto
Tento sentir mais sabores do vento
Sorrir, me alegrar, mas eu minto

Tentando, talvez, me iludir
Escrevendo em folhas escuras
Tentando, em vão, descobrir
Palavras mais doces e puras.

Mas me prendo num elo maldito
De aço, de ferro, na alma
E quando me olho, me fito
Escritas... nenhuma me acalma.

Correntes nas mãos do escravo
atoleiro pesado, sem fim
No papel as palavras eu cravo
Palavras, cravadas em mim.

 
03/09/2009

Sávio Henrique Pagliusi Lima
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