A MARIPOSA
 
A mariposa,
de vida breve,
pousa em minha sala
atormentada
pela luz da tela da TV
que me atormenta
reprisando o que não quero ver.
 
A mariposa
satiriza a minha pose,
as minhas posses
e minha fortaleza suja.
 
As minhas ambições,
a minha alma,
a minha vala,
a minha sala estática
de apática que é.
 
A mariposa,
de vida breve,
das minhas décadas
de vida afã,
ri.
 
Ala pela sala
e da janela
a liberdade ganha
a escapulir da minha cela
como quem tem pressa
porque ainda sonha.
 
PAULO FRANCO
 
Do livro DO OUTRO LADO DO OUTRO
página 15
[email protected]

Paulo Franco
© Todos os direitos reservados