Alma de luto

Hoje trago a poesia
Fechada em meu peito,
Guardada com jeito
Pra não extraviar ...
São versos profundos
Arquivados na essência
Do que me há de sagrado,
Pra não se profanar,
A silenciar...
Trajados de dor,
De partida, de amor,
Da saudade que ficou,
Lembranças a rolar...
Do luto que sinto
Do pranto que insisto
Em não revelar...
Comigo quero guardar.
Talvez, se chorasse,
A alma aliviasse
O meu triste penar...
E as lágrimas lavassem
A tristeza que reluto
Em não se pronunciar...
O que me consola
É a poesia que aflora
Levando-me a recordar
O passado que agora
Em meu ser extrapola
E faz meu coração chorar!
Carmen Lúcia