Desistindo

Sou como barco velho
ancorado no porto esquecido,
há um resto de onda, saboreando
meus cacos, um grão de areia cochila enquanto
a gaivota amanhece nos rastros do sol.
Estranha manhã e a minha alma parcelada
desiste de seguir seu curso.
Eu não sabia que devia abrir meus olhos
quando o silêncio-púpura abdicasse do meu corpo
insistindo meus passos por essa areia áspera-úmida
eu não queria sentir o gosto de vida sem melodia
e nem tão pouco seguir navegando em ritmo de uma nota só.
Eu só queria que minha alma voltasse pra casa.
 

Viver longe das nossas raízes
é complicado, mas nós nos
adaptamos rapidamente..depois
de muitos anos fora do Brasil, a
saudade e a vontade de resgatar
minhas origens tem sido muito mais
expressivas e tem dominado meu eu.

Minha casa.. japan