Sorrio,
Não, não tenho reais motivos para sorrir,
Mas o sorriso sempre me impede de contaminar os outros com minhas angústias,
Solto risadas,intermináveis e altíssimas,
Não há o que achar engraçado,
Mas o riso me ajuda a fugir desse mundo desgraçado...
Ando, não... não tenho pretensões de chegar a lugar algum,
Mas porque o tempo corre,
E se eu não correr junto ao tempo
O tempo me arrasta com ele,
Durmo,não tô com um mínimo de sono,
Não posso virar a noite...
Amanha tenho que acordar cedo, não é conveniente atrasar-me,
Morro,não se preocupe, meu coração ainda bate,
Mas esse sofrimento assassinou-me por dentro,
E quando morto estou, sou apenas corpo...
AMO... compulsivamente
Minhas idéias ideais,
Meus ideais ideológicos,
Meus anseios,
Meus sonhos,
A(s) pessoa(s),
Não, nunca escolhi querer amar,
Nunca escolhi quem amar,
Mas não temos ao menos controle do que sentimos...
Penso, não, não quero mergulhar nesse inútil mundo metafísico,
Mas quem disse que controlo?
Minha existência é condicionada a isso...
E tudo continua como está !
Em tudo penso,tudo parece,tudo leva a crer...
Mas tudo...tudo não passa do “forse”!
A nada acontece!
E pra o nada eu caminho,
E um nada... “o nada” é o que sou...
Mas vivo...mesmo que morto esteja em essência,
Sim, há motivos para viver!
Por que tenho esperanças
De um dia,
Num dia...
Assistir o renascer de minha alma.

Daniel Marchesi de Camargo Neves.

Tem o que descrevê-la?