Tua lembrança está no som que evoca
Os teus passos suaves, tua voz,
Na moldura do espelho que retoca
Os dias partilhados entre nós...
Na sala desolada, quando toca
A canção que murmuro sempre a sós...
No silêncio que ronda, que sufoca,
No adejo das cortinas, logo após...
No quarto de tristíssima impressão,
Nas horas vagarosas que se vão,
Até que o sono venha me induzir...
E ao despontar do dia, num clarão,
Me vejo na manhã de solidão,
Com teu retrato ainda a me sorrir.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
© Todos os direitos reservados
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