Ninguém fala em câncer de amor,
Que em silêncio, também mata.
É doença hereditária e incolor,
Que faz sucumbir de forma lenta.


É a dor que corrói o coração.

Metástase que pelos sentidos,
Consome em delírios a razão,
Deixando seus eleitos vencidos.

Sem cura, é a agonia interior,

Onde o beijo é apenas morfina,
E o abraço, é na febre cobertor.

 
É a ânsia pelo desligar-se da alma,
De um corpo prostrado e sofrido,
Que espera no amor sua calma.

 

Eber Fonseca
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