Céu meio azul, nuvens marfim, sinal de chuva.
Em passos largos, tirando a roupa, vejo a viúva.
Rosto sereno, seios pequenos, jaz no quintal.
Correndo louca, tirando a roupa, do seu varal.
A chuva migra, ela se intriga, —Vai ou não vai?
Espera um pouco, vendo que aos poucos, a chuva cai.
Corre pra dentro e... neste momento, a chuva pára.
Olha da aresta, franzindo a testa, torcendo a cara.
Roupas na mesa, —Ô safadeza! Põe-se a dizer.
— Se entro pára! Se saio chove! Vai entender.
A manhã finda, a tarde chega e a saudosa chuva.
Caindo e parando, passa o dia brincando, com a pobre viúva.
Victor Washington
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