O DIA DO TRABALHADOR

 

E viva o homem valente 

Que acorda de madrugada

E toma o café ligeiro

E coloca os pés na estrada,

Para ir logo ao trabalho 

E enfrentar longa jornada. 

 

A sua esposa caprichosa 

Fica cuidando do lar,

Arruma os filhos com zelo

Para na escola levar,

Vai buscar de tardezinha, 

Depois prepara o jantar.

 

O marido satisfeito 

Chega bastante animado, 

Por ter feito um bom trabalho 

E ter sido elogiado;

Faz planos com o dinheiro 

Que será remunerado.

 

No outro dia muito cedinho 

Ele levanta cansado 

E vai à feira fazer compras, 

Pois é mais um feriado, 

O comércio da cidade 

Estará todo fechado. 

 

Chega em frente ao farol,

Quase próximo a estação 

E ele logo se depara 

À uma manifestação;

Vêr o filho do vizinho 

Com sua reivindicação. 

 

Observa muitos cartazes 

Com letras bem coloridas, 

Várias faixas espalhadas 

Por algumas avenidas, 

Exigindo bons salários 

Com jornadas reduzidas. 

 

Antes de chegar em casa 

Para no bar do "Doutor"

Pede uma cerveja fria

Para acalmar o calor 

E ouve vários comentários,

Do dia do trabalhador.

 

Bebeu mais uma cerveja 

E teve a sede saciada,

Pagou com dez moedinhas 

E continuou a jornada, 

Ao chegar em seu casebre 

Entregou as compras à amada. 

 

Ele logo se sentou 

Em frente à televisão,

Mas o assunto principal 

Era a manifestação 

E a greve de Chicago,

Que causou revolução. 

 

Os mártires de Chicago 

Entraram para a história...

Tristemente não poderam 

Desfrutar da boa vitória, 

Mas muitos trabalhadores 

Os carregam na memória. 

 

E assim termina o dia 

Do humilde trabalhador 

Que carrega com orgulho,

Carimbo de lavrador, 

Mas quer que o filho se torne 

O mais ilustre doutor. 

 

Pois imagina um futuro 

Com menos corrupção, 

Com a aposentadoria, 

Melhor remuneração 

E que ele também possa 

Ser um digno cidadão. 

 

 

Josafá C. Rezende
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