Todo poema é autobiográfico

 
 
Todo poema é autobiográfico.
Até mesmo
os que falam do céu e da lua,
do vento e das privadas,
das garrafas empilhadas na pia,
dos lírios e das putas,
das cantigas de guerras
e das mulheres espancadas pelos maridos.
Dos amores não correspondidos,
cigarros amassados em cinzeiros
e das camas vazias.
Os que falam
de igrejas cheias
em domingos vazios,
e de praias vazias
cheias de saudade.
Os que falam de dor e de vômito,
de homens e crianças
vidas e mortes,
honras e vícios
verdades e deboches.
Todo poema é autobiográfico.

 
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Vinicius Souza
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