Não vamos rotular as rotas
as portas, flechas e as diferenças...
Os jogos de dados
os choros das crenças,
os sonhos os sonhadores
as asas da vida a forma da penitencias
e as cascas das nossas feridas.

Porque rotular o que é seu...
se nunca sei de verdade,
o que um dia será meu!

Não vamos rotular os caminhos...
Os ninhos o alinhavos e os cravos
... Os pergaminhos as dividas, as divisas
as partidas e as tensas recompensas
O show que não vingou
os trames da canção de uma vida
os órgãos amputado d'aquele amor.

Não vamos rotular a fresta
a reta inserida no futuro
as restas de uma aresta o poço fundo
a ancora, ancorada no porto inseguro
a besta abestalhada os trilhos
vivos do nosso mundo.

Não vamos rotular o escuro
a noite densa os lírios e suas flores
o alvorecer cheio de luzes...  
E os risos de seus amores
as dores de um jardim
e o manuseio em seus primores.

Antonio Montes

Antonio Montes
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