Há espinhos em certas saudades

Que machucam o coração, varando a alma…

Às vezes a inspiração acalma

Ou faz transbordar a dor mais doída

Perante sentimentos de vanguarda

E é tão difícil outros compreenderem

Como também fácil ferir-se pela própria espada.

 

Nos momentos de fragilidade

Observa-se o corpo esmorecer,

Entretanto cabe à consciência

Guardar o que for dossiê

E de forma segura para não serem decifrados,

Pois os hieróglifos são mistérios

Que bem seguros n’alma

Não há quem os desvendem…

Desde que ultrapassem o tempo,

Vencem juntos, entre saudade e melancolia

Até que os fardos da vida

Dissipem todos os tormentos!

 

Vez por outra se perde a alegria

E até a força do amar…

Contudo em meio a tantos obstáculos

Surgem as possibilidades…

É verdade!

Os desencantos são tantos

Que esquisito é confiar…

Assim mesmo perseverar é antídoto

E esperar-se por um resgate

É o que faz reviver

E ribombar um coração tresloucado!

 

De amor também se morre

No silêncio das palavras,

Por isso é importante saber interpretar…

Mas se a interpretação não for real,

Certamente aumenta o penar

E a criatura fica sem navegar…

Então melhor é contrair-se,

Deixar o outrem avançar

Pelas esquinas das águas turbulentas

E despencar-se

Diante dos reveses onde habita o sono!

 

 

DUETO DE Socorro Caldas / Ivan de Oliveira Melo

 

 

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados