Ainda vejo seu vulto
Em nosso quarto vazio
Dos seus beijos o arrepio
Da sua boca o sabor
Sinto sua pele macia
Na minha cama vazia
O calor do nosso cobertor.
 
Quanto carinho eu lhe dei!
Ouvi calado as suas juras
Mentira de fazer injuria
Torturando a minha mente
Um coração que se aventura
Acreditou em suas murmuras
Sorrindo toda contente.
 
Nosso romance caloroso
A página que escrevemos
Poemas de amor para amante
Você lentamente chegando
Sedenta respirando amor
Trazia no cabelo uma flor
Com pétalas desabrochando.
 
Nossas almas se encontrando
Seu corpo uma chama ardente
Ninguém amou como a gente
No luar em campo aberto
Delirando com as estrelas
A cama era uma esteira
O quarto era o deserto.
 
Como é difícil acreditar
Que esse amor foi mentira
A chaga dentro da alma
É um vulcão em erupção
Queimando dentro do peito
Feridas de um amor desfeito
Uma amante sem coração.
 

 
Gilvan Bulhões – Aracaju, 21/12/2015.

gilvan bulhoes
© Todos os direitos reservados