O desci da cruz
o despreguei
o apanhei
no colo
o levei ao solo
que regou com seu sangue ainda quente
o deitei na relva
chorei sobre o que os males da selva
a ele fez
o limpei
o lavei
o amei
o levei ao límpido jazigo
ali o pus como o lavrador o trigo
chamei os amigos
todos vieram
de doze onze
voltamos às nossas casas de feno e bronze
Maria
a Madalena
antes mais pura que obscena
deu com os dedos na porta
venham!
amansem suas aortas
Deus está vivo
o vi aqui comigo
ressuscitado
tríptico
eis a ascensão
abri vosso coração
tudo que parece morto não está
a vida é mais que alga no mar...
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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