Dentro de mim, sempre uma constante guerra

E mesmo que eu tente o olvido, persiste a dura lembrança.

Mesmo que a dor tenha sido há décadas, quando eu era criança,

A cicatriz vive em minh'alma e machuca e aterra...

 

Outrora eu fora um homem quieto, porém vívido.

Após praticar a paixão ao invés de teorizá-la como eu fazia,

Senti todo o seu poder, aquele que eu subestimava com ironia

E fui golpeado inclementemente até me tornar lívido!

 

Uma angústia formidável tomou conta de meu débil ser

E fiquei sufocado em um turbilhão de intensas mágoas...

Não era amor e nem paixão, pois foram passageiras águas

A afunilarem-se no esgoto da indiferença até meu eu morrer...

 

Eu julguei que era um forte sentimento, que era invencível!

Pura idiotice minha: E paguei um preço muito alto

Por este erro... Fiquei em um vácuo mental, caí no asfalto

Com uma chaga pulsando em mim cada vez mais horrível!

 

E somaram-se a estas dores todas as minhas outras dores!

O eu pueril foi aniquilado, cuspido e brutalmente vomitado

Com o nojo da impiedade e o desdém do passado,

Nas mãos de alguém imerecedor de meus ardores...

 

Aprendi a lição, mas ficaram as perpétuas cicatrizes.

Não odeio o que senti, pois me deu algo inestimável, caro.

O amor verdadeiro não é banal: É muito valioso e raro...

Não se compra e não vem facilmente como as meretrizes...