Queria escrever algo tão bonito
que tivesse as cores da aquarela,
Expressar teu ser, de maneira simples, singela,
Te emoldurar e te contemplar em uma tela!
 
Mas, as palavras não cabem num pedaço de papel,
Então, decidi jogá-las ao vento,
Para que cheguem até você a contento,
E te contem sobre este meu lamento...
 
Como folhas que o vento dissipa,
Como pétalas lançadas se esvaem,
Sem direção, soltas como a pipa,
Perdidas já não sabem onde caem!
 
Pode ser que a ti não digam nada,
Ou quem sabe, sejam doces como mel,
Mas pode ser que eu esteja enganada,
E a ti vão irritar, te  amargar como fel...
 
 Espalhadas podem trazer desordem,
Misturadas, perdidas e jogadas ao léu,
Caberá a você juntá-las, por em ordem,
Arrumando-as sobre um pedaço de papel.
 
Pode ser que perturbem teu pensamento,
Quando disserem a ti do meu tormento,
Te façam pensar em mim por um momento,
Ou talvez, sejam apenas palavras ao vento!
Márcia Barbosa de Souza - Palavras ao vento
 
 

Márcia Barbosa de Souza
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