AMOR, POR ELE, AMOR...

Tanto, tanto, e mais tanto,
Se fala em muito de um tal de amor, que,
Por si só não se vê propenso
À odiar e à odiar-se,
Se o percebe sendo proposto
A amar e também amar-se,
Tão somente...
Já disseram sê-lo febril e calorento,
Ancioso e fogoso, mas, que
Pode sair dessa temperice e
Passar de para o estado morno e suave, e,
Consequentemente, de para o estado frio e congelante,
Porém, em raras vezes se terminando...
Quando o amor está no estado
Febril e calorento ancioso e fogoso,
Se é um tal de beija que beija, abraça que abraça,
Etcétera e tal, entre seres que se amam, e,
Isso, ocorrendo a todo instante,
Além até, de quatro paredes em torno,
Não se tem vergonha de se explanar que se ama, mas,
Pena que, logo logo tudo, às vezes, passa,
E, tudo desse amor efêmero se evapora,
Sobe até às nuvens e desse feito chuva
Em gotas de lágrimas por se chorar
Por esse tipo frágil de amar que se adotou e
Que se deixou se terminar...
Pois é, esse tal tipo de amor
Febril e calorento, ancioso e fogoso, devido
Consequências nocivas à si, ele
Logo passa de para o estado morno e suave, assim,
Sem tanto abraça que abraça e, muito menos,
Beija que beija e, já não passa de um afago mero nos cabelos
E de um leve apalpar e pegar de mãos e,
Com educação se falando, mas ainda é
O amor prevalecendo sob todo ponto de vista
Do fraternal jeito de se amar...
Agora, quando se nota que o amor vivido passou de
Para o estado morno e suave para o estado frio e congelante,
Aí já não tem mais jeito, mesmo que
Em vezes raras se terminando,
Não se tem de como se voltar atrás e, mesmo que
Atrás se volte, já não mais será a mesma coisa, ou seja,
Se fazer o amor vivido sair do estado frio e congelante
E fazê-lo ir para o estado morno e suave, e, também,
Atingir-se o estado de febril e calorento, ancioso e fogoso,
AH, AH, isso é, deveras impossível,
Pois o amor, quando declina dificilmente reclina e se equilibra,
Uma vez se o vendo desequilibrado, e, por seu consolo se diz que,
Mesmo assim, nesse seu alterar de estado temporativo,
Não se deixa de se amar, e, o ódio, nem a segundo plano se o cogita
Por se executá-lo mesmo até nas piores controvérsias
Do amor, por ele, amor impostas...