Afagando as minhas cãs!

Afagando as minhas cãs!
 
 
 
Agora que estou velho
e de cabelos brancos
 
era bom que os meus versos
fossem lidos em fogos brandos
 
e não fossem rejeitados
no meu tempo de velhice!
 
E que a lambrança de mim
não pereça e se acabe por fim
 
quando acabadas forem, as forças
que restam, do que me fica da fé
que me sustenta e me põe de pé!
 
Então, poderei gritar,
com tranquilidade
que sou, um poeta de verdade!
 
Até lá, sou apenas, contente
um arrimador de palavras
umas vezes belas, outras, pungente
mas sempre e só, o que a alma dita!
Embora seja a minha desdita
nos sonhos, refletida
jurada e gravada
a ferro e fogo no coração!

 
 

Ezequiel Francisco
© Todos os direitos reservados