O TORMENTO DO SEXO

O TORMENTO DO SEXO

Fala-se muito de sexo hoje, principalmente em alguns países do Ocidente, nos latinos mais e nestes alguns mais do que em outros, como se ele fosse a única cereja das relações humanas .

Ele virou a hora de diversão dos tempos modernos e que precisa sempre de pirotecnias e excesso de erotismo cada vez mais para se manter “aceso”.
E como as relações estão indo de mal a pior ele fica como o grande fator determinante destas relações, mas é muito pouco para mantê-las longevas.

O sexo tão propagado é o sexo fortuito, o das aventuras, o promíscuo, o sexo das traições e das paixões portentosas e finitas, o sexo dos já viciados, o sexo como auto afirmação, mas também o sexo da decepção, o sexo da desolação, o sexo da solidão, da frustração e o sexo que não tem mais nada de natural e nunca satisfeito.

Já em um casamento ele volta à sua naturalidade, mas tê-lo como alicerce principal é como morar em uma casa sem estrutura adequada, um dia cai, uns mais cedo outros mais tarde, mas cairá, e por isso tantos casamentos desfeitos em pouquíssimos tempo, pois o sexo fora do casamento é o tal “parque de diversão”,  no casamento ele é a satisfação natural do organismo.

Hoje o sensualismo é explorado até em propagandas de fogão, e em quase todas as mídias lá está ele presente; na maioria delas não se está mostrando só a roupa a ser vendida, sempre tem uma linha subliminar implícita explorando sensualidade que vai insuflando, feito gota a gota, dia após dia, a libido de muitos, e isto não se vê tanto em países nórdicos ou nos mais desenvolvidos.

Nos shows em festas particulares Ivete Sangalo, na animação da festa, pergunta “Quem ainda não beijou na boca?” E para as mãos estendidas ela chama um de um lado e outro de outro para se encontrarem no meio e darem o tal beijo, que já é recorrente entre desconhecidos nas festas, e em menor grau, por enquanto, a relação sexual propriamente dita, então estamos em plenos anos babilônicos e como tais teremos o mesmo fim, assim como teve todas as civilizações que chegou neste estágio. 

Em países como a Alemanha e a Suíça a modelo mostra a roupa para despertar na mulher a vontade de comprar a roupa, simplesmente, pois não necessariamente a propaganda precisa despertar a atenção também dos homens, assim como um homem não pensa nas mulheres quando vai comprar um carro.

Já a cerveja, aqui nas nossas bandas, vende a ideia que com ela vai rolar o que o cara quiser, mas a maior parte termina bêbado e sozinho, e em muitos outros vão se somando decepções e sofrimentos, pois não se adaptam e esta falsa euforia e se sentem peixes fora d'agua.

E para estes países milenares o direito e a privacidade individual prevalece, mas vai realmente até onde começa o direito da coletividade, pois o direito do coletivo está acima de tudo o mais, e por isto são sociedades organizadas, evoluidas e cheias de câmeras, e não são tão educados como se pensa, mas disciplinados com o rigor das leis e o peso do estado ao longo de séculos.

Já uma mulher totalmente pelada já não seria vista da mesma forma, assim como seria uma atitude agressiva andar de topless em plena Avenida Paulista ou pelas ruas de Berlim, assim como um homem sem camisa também é inadequado nestes lugares.

Este grupo Les Femmes protestar mostrando os seios parece patético, no país delas talvez ainda seja chocante, já para muitas partes do mundo, como a nossa, soa até ridículo.

Então estas propagandas com sensualidade variam de país para país, assim como não possuem apelo nenhum neste sentido nos países orientais, como no Japão, Coréia e outros, onde nem na Playboy há nus totais.

E nestes países orientais beijos explícitos em público são considerados atentados ao pudor, uma humilhação a quem ninguém se expôe, pois são considerados como parte do ato sexual, (estão errados?) e este conceito faz parte da cultura do povo e não imposto pelo governo.

Na Croácia, e em países daquela região, homens e mulheres não se beijam no rosto quando se cumprimentam, um bom aperto de mão está de bom tamanho, e quando são apresentadas a um brasileiro levam um choque com o hábito invasivo do beijo protocolar e recuam instintivamente, então dá para imaginar que são mais púdicos no dia a dia.

Nos nórdicos este bombardeamento de sensualismo, tanto masculino ou feminino, não está presente no dia a dia, mas mesmo nos Estados Unidos o topless, em épocas do ano, vê-se naturalmente no Central Park, mas discretamente. A mulher não fica andando de lá para cá.

Recentemente uma escritora disse em seu livro que o sexo leva a mulher ao amor, o que não acontece com o homem, e isto é verdade, quando estes encontros se tornam frequentes muitas mulheres acabam se apaixonando.

Homens e mulheres veem de forma diferente a mesma publicidade, mas no fim todos estão cada vez mais infelizes.

Em reportagem recente na revista Veja cita-se que a mulher assassinada, a mando do goleiro Bruno do Flamengo, teve outras relações na mesma festa, mas todos usaram camisinha e ele não, engravidando-a, e por isto virou chacota entre colegas do meio.

Erasmo Carlos nos últimos tempos tem dito que há sim, muito sexo para um septuagenário, e deve haver, se este for o interesse, pois o homem, assim como a mulher, estão vivendo mais em todos os sentidos e chegar aos setenta anos é uma coisa natural, e com os recursos que se tem hoje, ele não precisaria nem falar nisso, e estas falas parecem até uma autoafirmação de um roqueiro que não é tão roqueiro assim.

Hoje uma mulher de vinte e cinco anos ainda é quase uma adolescente, psicológica e afetivamente falando, e na geração anterior ela já era uma mulher madura, mas a expectativa de vida era bem menor. Hoje as mulheres são emancipadas, mas sabemos que a maturidade afetiva está vindo bem mais tarde por causa disso.

Então os períodos de amadurecimento, com a evolução da medicina, a qualidade de vida, a dedicação aos estudos e a busca da independência, jogou mais para a frente o amadurecimento emocional e afetivo, mas as relações não estão perdendo em qualidade por causa disso, até pelo contrário.

A verdade é que para cada um o sexo tem um peso diferente, e não deve-se procurar criar um padrão, pois feliz do casal que tem afinidade e o tempo certo nesta área, mas a felicidade depende de muitos outros fatores também importantes, afinal o sexo toma apenas um pequeno tempo, mas o que acontece antes e o depois é que vai ditar a dinâmica e a qualidade dele.

O sexo não deveria ser tão recorrente nas conversas e não ser motivo para tantos estudos, e isto acontecer, só mostra o quanto o ser humano se desviou de uma vida natural, pois afinal ele é praticado desde que o homem é homem e desde que a mulher é mulher.

Mas o sexo realmente já deixou de ser natural, por um lado pelas orgias dos tempos mais remotos e atuais e, por outro lado, por religiões que consideram a sexualidade como algo pecaminoso, quando a satisfação da sexualidade, sem incentivos artificiais, é um desejo natural de um corpo sadio, quando em uma relação.

Mas quantas mentes ainda são sadias?

Será que para um septuagenário o sexo ainda tem que ter tanta importância e quantidade, assim como quer passar Erasmo Carlos?

Diz-se jocosamente “que envelhecer é ruim, mas o que vem depois é pior”, falando-se materialmente da perda do corpo, mas este “depois” e ai também "o antes" deveria ocupar mais a nossa atenção, afinal este corpo e seus desejos é temporário e foi só mais um na nossa existência.

“O ser humano de hoje não é a tal respeito um ser normal, mas sim traz consigo um instinto sexual doentio, muito aumentado, que procura exaltar, adorando-o por centenas de formas e maneiras, o que acarretará a perdição da humanidade inteira.” Abdruschin em Na Luz da Verdade – Moralidade - www.graal.org.br

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