- Seu coração dói? - ela me perguntou.


Abri um sorriso tênue com a pergunta.
- O sol está quente lá fora? – respondi.
- Quer algo para a dor? – insistiu ela.
- Não, eu não quero incomodar meu coração.
- Seria isto sensato? – ponderou.
Após algum tempo olhando fundo em seus olhos, com um pesar admiti para ela.
- Continuar a sentir dor nunca é sensato, porém é necessário.
- À tarde já está no seu fim! – exclamou surpresa.
- Esperarei pelo amanhã, o tempo vai se assegurar de dar fim a minha dor.
- Levo comigo essa mesma esperança. – Disse ela com uma voz suave.
Eu não tinha resposta para dar a ela, mas sabia que o tempo sempre deixava um gosto amargo e doce, e uma sensação pegajosa de lembranças que nunca irão passar.

Ben Elliot
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