O que é a fé, diga-me meu irmão?
É o estar vivo, é o mexer das mãos, o que é meus irmãos?
A fé é a mulher que ama o homem que escapa
ou é a fuga do homem que se afaga com outra amada?

Onde está a fé, diga lá minha amiga?
Está nos sorrisos dos enamorados pelo beijo prolongado, 
está no colo da amada na cabeça que descansa apaixonado?
Estaria no olhar fixo da enfermeira no paciente recaído,
ou na menina que se entorpece com o tóxico proibído?

Se a fé está viva, como vive, diga a cá cidadão!
Vive nas colinas dos pensamentos longínquos, perdidos,
sobrevive nos corações dos solitários assumidos?
Vive e morre como fênix na esperança e desesperança 
de um povo sofrido?

Para que existe a fé, diga-me por favor, senhor?
Existe para a ciência germinar e depois dela se separar,
ou há para testar nosso entendimento de amor?
Tem que haver sempre que se precisa amar?

Eu procuro a fé fora de mim, 
mas já disseram que estou procurando do lado errado.
Penso que por vezes posso estar sim, 
e se for verdade deixarei isso bem guardado.
 

Rodrih
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