Sem remédio

 Nem o remédio, já não surte efeito,
Em surto, tomo... tomo outro, nada muda;
meu desespero não encontra ajuda,
minha tristeza não encontra jeito.
 
E ainda que o  alívio não me acuda,
bem sei, deveras, esse, o meu defeito:
um’aflição a oprimir-me o peito,
no coração, imensa  dor aguda.
 
Erguendo os olhos, rogo aos céus, em prece,
e sem resposta, minha alma chora,
Meu medo:   estar ficando louco...
 
sem merecer uma qualquer benesse,
e em silêncio, pela vida a fora,
 eu vou morrendo, a cada dia um pouco.

Escrevi para não enlouquecer...
BRUNO
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