Nossa  visão,  esse  ótico  e  incrível  fenômeno,

onde   a    realidade,   muito   mais   complexa

que   se   supõe,   transparece   aos   pedaços,

através   desse    vitral    opaco   e  impreciso

de  urgentes   imagens   submetidas. 

Na    verdade    vieses    de    passagens  

entreabertas   e   semicerradas,

a   traduzir    miragens   de   fantasia,  

que   descem   às   profundezas.

Imerso,    bem   lá  no  fundo,

nosso   pobre   -estado  de   consciência-, 

que  entre   limos   e  fraturas,  de  

desatadas   quebradeiras   interiores,   

debate-se   numa   percepção   em   degrade:  

até   à   cerca   do  amor  e  da   razão   existencial,   

que  introjeta   nossos  delírios.

Mas   o  que  é  o  amor ?  A  não  ser

apenas,   um  descumprimento  ao  pacto

pessoal   de   se- ser- só !   E  a vida 

além  do   transverso  real,  sem  o propósito  

de  um   longo  prazo.  Séculos   irão  transcorrer,     

nos  quais    jamais   iremos,    nós   do   hoje;   tocar. 

Passa.  Passam-se.  Passarão  os  momentos !

Ah !   E  este  . . .  o   tempo ?   Patética    mentira.  

Uma   medição  inventada.   Por  nós.  Pra  nós.  

Em  todo  lugar.  A  toda  hora.  Para   o   que  somos 

e  deixaremos   de  ser  em  tudo.   Pra  um  sempre !

A  espera   de  luzes  . . .

 

 


 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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