Ainda permaneço no mesmo lugar, na mesma rua, mesma casa, mesmo quarto, mesma cama.

Consegui trocar os lencóis, com tamanho esforço, mas consegui.

Mas ainda nao consegui lava-los,  Pois ainda preciso inalar os restos do seu cheiro como um entorpecente único. pra ver se acalma  a dor de minh'alma.

Ainda me pego vivendo imagens suas na memória, e são tão nítidas  e são tão sordidas.

Será que um dia vou conseguir me libertar de nós dois. Será que um dia vou conseguir seguir sozinha, mais sozinha já estou; só não sei como seguir.

Será que um dia vou passar por você sem percebe-lo. Não compreendo onde foi parar tantas palavras doces. tantas carícias leves, tantos futuros vivos.

Em qual esquina eu me perdi de você, ou será que você me dispistou propositalmente. Se foi isso, por que?

Ainda permaneço na mesma esquina que me deixou, na mesma rua, mesma casa, mesmo sol...mesmos lencóis.

O tempo parou quando você sumiu de mim. Eu preciso que você volte e me solte.

Das amarras, das lembranças que são mais vivas do que eu, volte não pra mim. Pois sei que já nao é o que partiu, mas preciso voltar a viver. volte e me liberte, Me liberte das lembranças, das carências, dessa esperança, me liberte de você eu preciso voltar a viver.

 

Mônica Botelho
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