Sem sinais aparentes, as nódoas que marcaram não podem ser vistas por substâncias específicas. Nem com aparelhos magnetizados que pesquisam o interior, serão suficientes para detectar as manchas impregnadas na minha alma. As máculas não impressas com ferrete são invisíveis às terapias terrenas. Os renomados interpretes da psicologia, fenômenos que tratam a ciência da mente ou mesmo regressões versadas em psicografia, seriam incapazes de decifrar essa volúpia. Nada relativo ao sentimentalismo, amor, paixão, sensação ou qualquer ato de expressão existente. Algo inexplicável, não detectável, sem adjetivos nem substantivos, sem sentido místico ou religioso de qualquer crença confundindo o próprio ser por antonomásia, em controvérsia as imagens refletidas em adornos de ensinamento. Expressando a idéia negativa do modo, talvez tenha sido anatematizado pela representação mental do modelo eterno e perfeito do que não existe, e exteriorizo uma coisa vã aos meus próprios olhos carnais. Existir, pensar, sentir, enganar, iludir, investigar e criticar sem relacionar com o nada. Vir desse nada, viver com o tudo, morrer no mistério da morte.


Orlando Galotti Jr.
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LUCIDEZ INSENSATA

São Paulo