Nênia da vida a qual esmorece em anseios vazios e profundos.

Após experimentar todos os sentimentos, não há mais foco...

Entre ruínas de sonhos e realidades eu perscruto, me desloco

Na busca incessante, mas vã, de encontrar novos mundos.

 

E quantas almas e bocas tentam me dizer versos tão fecundos

Em relação à vida e à existência, porém, bloco após bloco

Eu construí e vi se destruírem meus castelos e, não troco

Este tédio mortal, mas realista, por sonhos sem fundos...

 

O nada, tremendo poder imaterial e que nos caça feito um lobo,

Nos torna a todos iguais, sem dor, sem pesar, com riso bobo

De quem não sente nada e dorme o sono máximo na escuridão...

 

Quão triste é a existência e atuamos para fazê-la feliz em falsos sinais!

Eu pensei que a vida era tremenda, mas o nada é muito mais...

Cessa de cogitar até mesmo esta mansa elegia em seu turbilhão...