1 Saudades do passado...

Um cachorrinho. Uma família falando português. Um depois do outro. Uma saudadeee, um aperto no peito. Sinto saudades da Lolla, do contato das lambidas, até das mordidas. Saudades de criança, das minhas priminhas, da Bruna que do alto dos seus 8 anos já se comporta como gente grande sem perder o brilho de menina, feminina doce. A Robertinha e suas respostas inteligentes desconcertantes, linda com seus olhos claros claros. E a Marcelinha carinhosa e engraçada, moleca. Muitas saudades dela. Dela no meu colo com a cabeça no meu ombro. Criança rindo, criança choramingando.

Saudades do meu Bibi : ), meu carro. De dirigir, do voltante, de trocar de marcha, de acelerar, de correr, da estrada vazia, de cantar alto, de rir, chorar dançar, como se o mundo lá fora simplesmente não existisse.

Saudades da correria, da rotina louca, dos dead-lines, da impressão de que não vai dar tempo e do alivio de tudo certo. Saudade do jornal brasileiro, dos absurdos, da indignação com motivo e não da reclamação gigantesca porque o trem vai atrasar inteiros 2 minutos! Do palco, de uma personagem desconhecida começando a ser parte de mim.

Saudades do que eu ainda não sei, do que eu ainda não vivi, de quem ainda não é parte da minha vida... saudades de estar no caminho dos meus sonhos, descobrindo novos sonhos.

Saudades de arroz, feijão, brigadeiro, banana,frutas, praia. Saudade da minha cama, do meu travesseiro. Saudades do meu chuveiro, não agüento mais banheira e ducha.

Saudades de ser bem atendida. De entrar em uma loja e um vendedor te cumprimentar sorrindo. De pessoas desconhecidas que te olham nos olhos e sorriem. De um povo misturado de verdade, onde todo mundo é brasileiro e ponto.

Saudade do meu irmão. De pirar com ele, de conversar com ele. Da minha mãe, do meu pai. De ficar todo mundo amontoado no quarto deles. De irritar meu pai, de receber carinho, do silêncio na hora de prestar atenção no Jornal Nacional.

Saudades dos meus amigos, do meu celular tocando, de sair no meio da semana pra dançar até a hora de ir pra aula, do barulho em casa, de gente falando ao mesmo tempo. Das piadas e comentários repetidos, das risadas repetidas. De rir de mim mesma. Do som alto do Gitana, de dançar como se ninguém estivesse olhando, dançar até esgotar ou o Pub fechar, ou que vier primeiro.

Tudo misturado.

paris