Poema raso

Menos profundidade, por favor
Quero ser superficial
Quero falar mais
Sentir menos
E no final
Na intensidade do que disse
Rir e chorar lágrimas
Cinematográficas
Que começam e acabam
Quando quero
Tudo sob controle
Mesmo o descontrole
É dominado, ensaiado
Quero acreditar no que diz
Sem desejar o que afirma
Tornar impossíveis, ridículas
A desilusão e a esperança
Não quero esperar
Mas viver, sem freio
O desesperar leviano
Nada sutil, todo falso
Só dor sem sofrimento
Quero que o sofrimento
Seja mesmo opcional
E prometo optar pelo não sofrer
Quero menos razão e menos emoção
Quero o prazer pelo prazer
O riso pelo riso
Quero que a alegria infantil
De estar contigo
Acompanhe o estar sem ti
Quero parar de pensar,
Sem parar pra pensar
Quero me distrair de você
E distrair você
Sem nunca te precisar
Quero você
Quero... não querer