A cova a qual está enterrada o meu amor

De: Wenderson Morais

 
Como lembrar de uma pessoa
sem desenterrar, do fundo da cova
uma paixão que se pensou que era eterna?
Como se lembrar,
sem que seu paraíso seja destruído instantaneamente
novamente e novamente,
que todas as suas fantasias,
que um dia pareciam utopias, não virassem pó?
Como falar de algo que lhe fez tao bem,
trouxe tanta calma e sentido para viver
em um mundo cheio de pessoas 'vivas',
mas que nenhuma sabe viver?
 
Se em alguma vez
a pessoa tivesse o discernimento de entender
coisas um pouco mais complexas
saberia que o amor perfeito,
que todos almejam,
essa pessoa já foi agraciado de ter e não enxergava,
pois seus olhos estavam vendados
com um laço de ignorância
e sobre seu caixote frágil feito de alter ego.
 
Como devo desenterrar algo
que é parte de mim sem machucar a mim próprio?
Como se livrar das poucas correntes
que ainda restam
e que essa pessoa colocou inconscientemente?
É como se estivesse desenterrando
de um túnel uma enorme pedra
pesada enrolada em um arame cheio de espinhos fincado ao chão.
Ao mesmo tempo penso no ódio que provocaria
e no amor que lembraria,
mas não são dois termos de uma equação,
que um anula o outro,
são grandes sentimentos
que apenas nos destroem lentamente
e nos dão um ar de um momento passado da vida,
que talvez, esse nunca tenha novamente.
 
O único método indolor
é deixar enterrado no Limbo
como está e esperar que chegue o dia
que os vermes se alimentem 
de um amor tão grande que nunca foi correspondido.

Texto de: Wenderson Morais

Críticas e elogios ajudam bastante!!
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José Cristiano
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