Ave sem canto
Lavas fumegando em meu coração
Jorram cinzas, ainda deste vulcão
Rasgando o peito que sangra ferido
D’acre saudade de haver-te perdido
A procela não dá alento à dor
Nem meu queixume reverte o amor
É como a ave, sem canto, perdida
Folha da árvore, pelo vento batida
No chão se arrasta já seca, sem vida
Nos espasmos da morte intenso *palor
No pranto fugaz de um sonho de amor
Porém, meus lábios, jamais beijarás
Qual luz que fenece, então, tu dirás:
Do amor que perdi, eu fui consentida !
*palidez
São Paulo, 10/09/2013
Armando A. C. Garcia
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ARMANDO A. C. GARCIA
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