NOSTALGIA!
 
È a aurora da madrugada!
Sente-se, iniabrante, o odor
De flores e sonhos se abrindo,
De vidas se cumprindo,
De vontades celebradas
Nas lareiras, aconchegadas!
Lá fora, gemem as rodas,
E começam a ouvir-se
O roçagar das podas
E dos carros de trabalho,
Do dia a vestir-se!
Cantam os passarinhos
No alto do seu galho,
Hinos ao amor.
E eu pinto uivos de cor,
Traços de coisas que nem sei
De sentimentos que chorei,
Enquanto a chuva tamborilava
Docemente, com carinho,
E o vento soprava
Por entre os pinheiros do caminho.
E o sol... Permanece dormindo.
Escondido entre nuvens, vai-se abrindo
Envergonhado, espraiando
Seus raios, acariciando,
O dia que raiava!

Ezequiel Francisco
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