Quando se perde tudo, há uma redefinição de sofrimento...
Dúvidas as quais consomem a alma me assombram inclementes.
E, com efeito, há em mim a mesma ânsia dos pobres dementes
Que se perderam em turbilhões agônicos de aniquilamento.
Eu nem sei mais o que faço no mundo, há imenso descontentamento.
Morto por dentro, sorrindo por fora com um nada intermitente...
Queria não fazer a mínima diferença e falta para toda a gente,
Mas tal egoísmo não se concretiza e fico preso no tormento.
A solução é o suicídio. Ato que considero o mais razoável na vida.
Mas não terminei certas coisas, mesmo sem ter esperanças...
Talvez eu deva ficar mais, mesmo que fique completamente sozinho...
Minha esperança está quebrada. Estou por estar... Alma partida...
Pudera eu ter a inocência e os sonhos grandiosos das crianças,
Mas já provei do absinto, já devorei o fel, já pisei no espinho...
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