Temo a escuridão por não entendê-la,
Não tenho quem acalente o meu agonizar,
Continuo chorando em vão pela mulher amada,
Despertando temores em minh’alma abatida,
Vejo a felicidade esvaindo-se com água,
Desespero por saber que a jornada chega ao fim...

Quem contará a minha tosca história
Com um fundo musical de canções épicas?
Onde está o heroísmo dos homens de boa vontade?
Perturbado se encontra o meu pobre espírito,
Por ouvir tantas promessas de paz _ falsa paz!
Deixo o vento direcionar o meu sussurrar...

Ah, minh’amada! Tente exorcizar o meu sofrimento...
A tenebrosa escuridão cai sobre a noite de hoje,
O vento que sussurra do lado de fora me apavora,
O meu espírito antes calmo agora está inquieto,
Não ignore o meu desespero estampado em meu rosto,
A morte procura beijar-me com a sua boca gélida...

Como os dias de agora são sombrios _ escuros!
Não deixe que pessoas falsas digam asneiras
Quando eu estiver mórbido dentro do esquife_
Não poderei me defender com as minhas palavras,
Nem tampouco desprezá-los com um sorriso...
Apenas diga: Ele está morto, não pode mais ouvir!
 

Jairoberto Costa
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