Já nem sei dizer o que é pior: Se o sono que nunca termina,

Ou aquele que nunca vem. No tédio do mundo medito,

E esta lassidão que sinto é como uma semente que nada germina

Por mais que eu a cultive em meu sonho infinito.

 

Não é mais uma questão de bom ou ruim, tudo, em suma, desanima.

Bocejo com frequência. Tanto sono... Frio e calor em atrito.

Percorro meu mundo interior onde tudo é incerto, até o clima.

E quanto mais observo minh'alma, mais acho-a vazia... E grito.

 

Efêmeros sentimentos os quais o tempo se encarrega de por fim.

Talvez eu tenha amado tanto que tal amor tenha se esvaído.

Evanescência do sentir e da esperança... Manso, apenas durmo.

 

No conto de fada, na fantasia, qual princesa virá até mim?

E se o beijo que mereço não for o do despertar querido?

Dormirei eternamente, num sonho perpétuo... O sono para o qual rumo...