Diante do abismo parei e refleti:
Sobre o que da minha vida eu fiz.
Passou-me como um filme o que já vivi:
Fatos que me fizeram triste e feliz.
 
E ali, com o abismo todo na minha frente,
Aberto, profundo, temeroso e sombrio.
Tive medo que num lapso momento, de repente,
Ele se zangasse de meus lamentos vazios.
 
Quanto mais o olhava, mais amedrontado ficava,
Pois parecia que eu era maior que o próprio abismo
Que a minha frente se estendia quase sem fim.
 
Quando parei para olhar o fundo do abismo,
Notei que com mais interesse o abismo olhava
Para dentro de mim.
 
Publicada no livro "BIVERSOS - A união de dois universos poéticos!", de Douglas Mateus e Eduardo Bechi, Editora Nelpa, 2013. ₢ Todos os direitos reservados.