TRATOS E DISTRATOS

TRATOS  E DISTRATOS

Meus  tratos  e   distratos  

que  se   aprofundam 

em   vertigens  induzidas,

não   resgatam  toda  essa

profundidade   do   ser  em  ser, 

nesse   último  traço  da   revolta.

Essa  cidadela  vazada,  que  não  cerca 

mas   no  cerco  se  desestabiliza  

 e  se deixa  cercar.

Que infinitamente  se  limita 

e no limite   se  omite  a  eternizar. 

Numa amplitude que finda,

mas  se  nega  assumir. 

Meus  axés  consumidos,

os  teus  oxalás    reduzidos.  

Que   odara   é   essa  ?  

Tremulam  todas as bandeiras  inconsebidas

e  todas  as  graças  que  nas  horas   distraídas

não  resultaram.  Sementes  inférteis  

sem   germinar.  Apocalíptico  transe  de  nadas

e  renúncias .  Partitura de sons  mudos,  

solfejo    que  se  cala. 

E  colo,  e   claustro,

e  contras,     e   a   lágrima  exata,

de   úmidas     tristezas. 

E   esse  âmbito  restante

da    proclamada   insistência

em  resistir  . . .

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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