
Vês estas mãos, donde outrora brotaram tantas poesias?
Que, antes, com as tuas, andavam dadas?
Mas que hoje, ressequidas, vergastadas,
repousam solitárias e vazias.
Já não gozam do velho viço de outrora,
sobrevivem, a duras penas, que ironia,
pois, foram-se os afãs daqueles dias,
restou-lhes o abandono de agora.
Manoplas desengraçadas , qual seu dono,
Minhas velhas companheiras de abandono,
Mãos que eu preservei, o mais que pude,
Que, noutros tempos, tão jovens e tão belas,
Mas que hoje, nenhum encanto se vê nelas,
restou-nos enfim, somente o cenho rude.
"Toda a dor, vem do desejo de não sentirmos dor..."
(Renato Russo)
BRUNO
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