Quanta preocupação, tédio, correria...
Em meio ao caos da vida urbana, um barulho ensurdecedor lá fora.
A tecnologia e o progresso chegando à minha cidadezinha.
O rádio a tocar, a bela música “chuva de prata” interpretada por “Gal”.
Quanta paz, quanta inspiração.
Um desejo de sair dançando pelo pequeno espaço me devora.
Por instante sinto-me longe daquele conflito da vida social.
A minha alma baila no ar.
O meu olhar fraga o surgimento de uma belíssima criatura no vasto horizonte.
O seu voo de for sublime abraçava a paz que constituía aquele momento.
De forma irradiante nos encontramos.
O meu corpo levita e sobre a sua energia a glória da arte se concretiza.
Permanecemos imóveis, um olhando para o outro.
A sua cor, a complexidade, a fragilidade daquela criatura me encantava a cada abrir e fechar dos olhos.
No saguão daquela instituição, o nosso inesperado bailar.
Belo momento, bela canção, bela dançarina.
Estou completamente apaixonado por aquela bela borboleta negra.
Infelizmente ao findar a bela melodia que embalava os nossos corações; a gloriosa criatura negra partiu em direção do infinito.