Num voo aberto asas estendidas pairando
Olhos fitos na caça, ataque ágil, surpresa!
Carcará, garras afiadas, fincadas na presa.
Condor dos sertões, arisco, temido caçando.
 
Do alto dos galhos, com extrema destreza,
Feroz ataque, a caça corre o fôlego faltando
A presa caçada resiste à força vil e bruteza
Inútil defesa garras amoladas, cruas matando.
 
No ninho os filhotes, a fome nos olhar quente.
Nas unhas ariscas a comida dividida, rasgada.
A mãe que protege e ensina a cria carente.
 
Carcará dos ares, gavião dos lugares aridamente.
Asas no céu do sertão, seca rude e abrasada
Caçador mortiço e garras afiadas, sobrevivente!

Carlos Cintra
© Todos os direitos reservados