Vozinha querida

 

Oh Vó!
Por clemência
nos arranque deste veloz carrossel
desgovernado, vertiginoso
com cabeças de dragões

simulando ilusões de conquistas
entre tesouros ocultados
mas vó,
não nos leva a lugar algum


senão nesta seara de lágrimas
que já atravessastes altaneira
quando a verdadeira felicidade
esta no cheirinho deste bolo
que só voce sabe fazer vovó

Responda-nos vovó,
Por que será que no amor
damos uma de faquir
quando esquecemos possuir
pés & pele
de recém-nascidos?


Vovó,
nos de a honra de contemplar
e nos deleitar
com este seu flertar da janela
com o crepúsculo vespertino

entre novelos multicoloridos,
entre lânguidos felinos,
e ouvir o crepitar

na chaleira de ferro
da erva-cidreira da resignação

Mas na conclusão de tudo isso, vovó
corremos arfantes e pressurosos
pra sua casinha centenária
entre pardais e ipês,
entre araucárias e riachos

emoldurada
por baldias azaléias,
gérberas & ciclames
e suas valentes violetas

voltamos assim,
angustiados e palpitantes vovó
para ouvir entre pausas afetuosas
e melifluos conselhos
este seu b- a - ba
de sabedoria & sobrevivência


 

 

 


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Davi Cartes Alves
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