A todos que desconhecem aquilo que fui:

Eu era uma mulher doce e muito amável,

um anjo de candura, assim mesmo eu fui

aos olhos de todos, era um ser inigualável.

 

Sempre com sorrisos sinceros de atenção,

com um amor incondicional a bater no peito.

Para muitos eu tinha uma vida de dedicação,

Um anjo, sim! Quase não se via um defeito.

 

Mas como todo anjo, eu parecia invisível,

tantos me olhavam, mas  poucos me viam,

a felicidade estava cada vez mais intangível,

pois era esse anjo a quem todos feriam...

 

Um anjo ferido, um bravo coração magoado,

ao invés do amor, agora a dor lateja no peito

surge a  injustiça dentro de um coração irado

e jamais poderão lhe ignorar esse defeito...

 

Eis que nesse mesmo dia o anjo veio a cair

no solo pantanoso do sofrimento eterno.

E desse infortunio um demônio iria surgir,

Para fazer da minha vida um total inferno.

 

 

Cláudia Maia
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