PAULO COELHO EM ALGUNS MINUTOS


PAULO COELHO EM ALGUNS MINUTOS

“Seja como a fonte que transborda e não como o tanque, que sempre contém a mesma água.”

Esta fase é de um poeta inglês, mas que eu não teria conhecimento se não tivesse lido o excelente livro de Paulo Coelho “Veronika Decide Morrer”.

Eu li o primeiro livro do Paulo Coelho por impulso numa promoção e era um dos menos vendido por ele e que não me lembro o nome agora, pois não tenho o hábito de acumular livros em casa e faço-os caminhar, só guardo aqueles realmente especiais, como o segundo que eu li “Veronica Decide morrer”  que eu achei ótimo e que já vendeu 10 milhões de exemplares.

Como o autor diz no livro os pais dele o internaram num manicômio, fato bem corriqueiro naqueles anos de ditadura, para que ele não freqüentasse mais o grupo de “desajustados” , do qual eu também fazia parte, que ele estava frequentando.

Grupo de desajustados eram os cabeludos da contracultura e seus hábitos, o que para época precisava ter alguma coragem, mas não faziam mal a ninguém, talvez só a eles mesmos pelos baseados que fumavam.

Aqui em Curitiba também conheci o caso de um pai, sargento do exercito, o que na época já era de relevo esta baixa hierarquia, que internou o seu filho, amigo próximo da nossa turma, num manicômio ou sanatório para alguns.

Está certo que todos se chamavam de malucos, mas daí aos pais levarem ao pé da letra, literalmente, não deixa de ser tragicômico.

Este nosso colega próximo chegou a escrever um livro que virou filme premiado “O Bicho de Sete Cabeças”, agora imagina se nós imaginávamos que aquele colega que parecia tão resolvido ia passar por uma dessa.

Só lembrei-me dele quando deu entrevista no Jô Soares.

Estou escrevendo esta e dando uma espiada na revista CULT e ali tem “n” resenhas de livros recém-lançados e que são merecedores de serem indicados pela revista, mas vão vender, com todo o respeito, independente da qualidade, talvez 10.000 exemplares, o que já seria um sucesso esplendoroso no mercado brasileiro, mas na média não devem passar de 03 mil e que, provavelmente nunca vão ser traduzidas para nenhuma outra língua.

Depois deste li “Onze Minutos” também com uma vendagem de 10 milhões; outro excelente livro.

Depois destes resolvi ler mais algum e ai encomendei  junto “O Diário de Um Mago” e ai vi porque Paulo coelho, apesar deste livro ter chegado nos 50 milhões de livros vendidos, é tão escorraçado no Brasil e dei razão, não consegui passar das primeiras 40 páginas, achei o livro horroroso.

Eu acredito que os críticos de Paulo Coelho devem ter lido este primeiro livro dele e já o condenaram ao inferno literário sem ler mais nenhum livro posterior dele.

Como nunca fui de modismos levei 10 anos a ler alguma coisa dele e pelo motivo citado acima, mas provavelmente não teria lido mais nenhum se tivesse começado pelo “Diário de um Mago”, mas tive a sorte de não.

Larguei-o e comecei a ler “O ALQUIMISTA”, e a impressão sobre o detestado acima se desvaneceu, gostei do livro que vendeu outros tantos 50 milhões. Tem umas “viajadas”, para ser exato duas*, e o final é fantasioso, mas o desenroar do livro achei particularente interessante já que tenho uma história de negociante como o protagonista.

*(Enteais da natureza nunca podem ser considerados “demônios”, pois são servos do Criador e trabalham com os elementos da natureza conservando-a. vide "O livro do Juizo Final de Roselis von Sass que aprofunda o assunto)

Por estes três livros ele já merece a meu ver ter o sucesso que tem, embora ele procure pessoalmente passar uma imagem de mago que não tem nada a ver, mas temos que separar uma coisa das outras.

Este “Veronica Decide Viver”  achei  um libelo prazeroso de ler, pois começa com um ato tão pesado como a tentativa de suicídio de alguém e depois mostra como esta tentativa frustrada leva a protagonista a ser internada num manicômio para aguardar a morte, pois os traumas físicos causados pela tentativa a teriam debilitado tanto o seu organismo que teria só mais algumas semanas de vida.

E lá neste manicômio ela começa a se descobrir como pessoa e a se gostar, e os poucos dias de vida da “moça tão bonita e simpática”, começa a influenciar questionamentos em outros internados que estão ali por depressão e outros males e acaba trazendo todo um rebuliço no meio. O final é muito interessante e com final feliz e novos caminhos para muitos dos envolvidos.

Traz um questionamento social do que é normal e do que não é, e do que são sentimentos nossos, realmente, e dos que são impingidos pela “normalidade fajuta da sociedade”.

Outro que li em seguida foi “Onze minutos”, com + de 10 milhões vendidos também, e também achei muito bom. Também se passa num mundo estigmatizado, o da prostituição de luxo, mas vemos que a protagonista que se vê envolvida no meio, vai ao fundo e depois vai saindo dele com tantos conhecimentos que vemos que depende de cada um o caminho que faz para a sua vida, embora às vezes o meio de campo de muitos é tortuoso.

Nestes não tem nenhuma “viajada”.

Tenho outros diversos títulos dele ainda a ser lido, mas passou a minha fase de ler livros, por um tempo, até uma nova recaída.

Na década de setenta dizia-se: “Quem viver, verá!” eu acho que Paulo Coelho viveu e escreve sobre isto, tirando uma ressalva aqui e outra ali, mas ninguém é perfeito, nem os considerados autores clássicos, de cujos livros ruins não se fala e que muitos, também,  não conseguem terminar de ler, mas que ficam ali na estante para dar um ar de intelectualidade, mas isto é de cada um.

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"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br

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