SUBLEVAÇÃO

Havia uma mansa

reação na urgência.

Havia desérticos vazios,

pressupostos nos presságios.

Havia qualquer

coisa no olhar,

que urdia desastres.

Havia em cada salto,

uma sumida leveza.

Havia no profundo sono,

inquietudes recorrentes.

Havia a primavera,

de outonos

e chuvosos invernos.

Havia certa

consumação muda,

pelo susto do grito.

Havia o chão úmido,

por desnecessárias lágrimas.

Havia naquele desejo,

senão que o consumia.

Havia por entre cinzas

a tão risível busca,

de póstumos carinhos.

Havia: o ridículo, o atroz,

a sublevação dos sentidos.

Havia no que eu era,

algo de ter sido . . .

que jamais fui !!!!!!!!!!!

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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