"A Faca tá afiada,
Tá na altura da cintura,
Belo sorriso no rosto,
Execrável criatura.

Que de pura não tem nada,
Calada, morde e assopra,
Entoca o rabo entre as pernas
E muda o rumo na hora,
Porca existência maluca.

 

Tudo isso é vida, tudo mata,
Tudo me arrasa e me segura,
Tudo fura e me estraga,
Me traga e me amargura.

Em que resto de dia
fica aflita a manhã?
Agita a muda das roseiras,
Que bonitas, imtam as hortelãs,
Muito verdes, muito lindas,
O espinho vira caule entortado,
Que morre seco e pequeno,
igual pavio de vela queimado."

Tarciso de Souza
© Todos os direitos reservados