O Uivo do Vento
O Vento agitava as Palmeiras suavemente
como que por namoro,
não por lamento,
mas, porque juro eu ouvir o seu choro
a todo o momento?
O Sol espreitando sorrateiro
parecia invejar seu entendimento
e num gesto impensado
queimou uma Palmeira
destroçando o Vento.
Furioso, o Vento,
levantou a poeira do chão
que encobriu o Sol
que se sentindo humilhado
e deslavado, e com o brilho quebrado
e porque vaidoso era
resolveu desaparecer.
Então as Palmeiras a amarelecer
e a definhar
chamaram pelo Vento
mas que não indo a tempo
e não tendo mais com quem namorar
ficou-se para sempre no eterno uivar.
maria pinto
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