Arrebatador Apocalipse

 


Pensei que não sobreviveria.
Passei pelo vale da dor.
Colhe flores negras.
Tomei o líquido mortífero servido pela senhora morte.
O sol do meu mundo tornou-se negro.
A lua refletia, sob o lago negro do meu jardim, a sua morbidez.
Ventos do norte balançavam os lírios negros que se alastravam pelo meu mórbido jardim.
Morcegos sobrevoavam a minha casa.
Corujas cantavam...
A árvore da morte espalhava a sua escuridão.
No céu uma luz, um anjo negro, mais um anjo de luz.
Ele magicamente me arrebatou daquele apocalipse, que se consumava a cada instante. 
O meu corpo repousa em jardins verdejantes.
Colibris cantam, borboletas espalham a sua magia.
Estou a respirar o oxigênio liberado pela a árvore da vida.
Sinto uma paz incondicional...
Como é bom sentir-se vivo!
Viver a vida e a vida viver.


Dhiogo J. Caetano
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