Antítese

Já sangrava em carne viva toda ferida aberta
E rendida a pés e punhos sofria no chão estendida
Toda noite despencava do último andar da ilusão
E permanecia ali atirada, repetindo pra si mesma em bom tom:
A sorte que ele tem, dela não querer mais ninguém
Mas já deixava avisado, que então seja esperto, não a trate com desdém
Vai entender essa menina 
Ela assiste todo dia ele aplaudir a solidão
É que ela sabe dessa vaidade
Ele finge felicidade com um copo na mão
Depois a vida o aflige
Perde o rumo, perde o prumo, 
Ressaca moral
E repete enfadonho "da minha vida sou o dono, vou sozinho, natural"
Então os olhos femininos o olham de cima com compaixão
Ela diz com sutileza " eu também tenho fraquezas, to te estendendo a minha mão".