Esperança e perdão

Releva-me, pois ajo feito anjo caído
que zombou do tempo concedido
e surdo ao ressoar dos sinos
sacros passou a vida em letargia.

Perdoa-me, pois embora dotado de visão lúcida
agi feito cego de nascença
diuturnamente diante de tua presença
afeito ao supérfluo, desapercebi tua alma lúdica.

Olvida, se bem lhe aprouver,
todos os meus atos e gestos crassos,
tudo que roubei de teus sonhos de mulher,
Releva, perdoa, olvida e queira-me em teus braços.

Eleva-te ao sublime patamar da humildade
e infla-me de esperança e contentamento;
socorre-me sob o manto da felicidade
que esparge graciosa de teu sentimento.

Corrobora o pacto que te proponho, doravante,
para que, todavia dois inteiros, sejamos um par;
não obstante minha condição de ser desimportante
aos olhos da imaculada grandeza que em ti há.